domingo, 14 de março de 2010

Paredes do quarto

E de volta a essa imensidão de espaços vazios, consigo perceber que as paredes são bem geladas e atraentes. Nelas eu sinto a frieza com que fui tratada nos ultimos dias, que dentro de mim ficaram esquentando meu coração e minha cabeça.
O frio parece mesmo ser a melhor opção atualmente, esse calor que me envolde diariamente faz com que os pensamentos fiquem fervorosos e constantes, o que não ajuda, já que deveria mesmo passar para o esquecimento. Deveria?
Ao escostar em uma delas, o choro chega e desce como um rio. E essa dor não é nada mais do que a lagrima mesmo, chega e sai.. e passa. A busca dessa passagem sem afogamento é o que eu mais faço no momento.
As decisões começam a aparecer, sem mesmo ter a certeza do que quero, mas me sentindo obrigada a ter qualquer reação que seja, e tenho.
As paredes geladas esfriam meu coração, congelando esses sentimentos que quero guardar e sentir pra sempre, o medo é de que a temperatura seja baixa demais que não consiga manter vivo.

sábado, 13 de março de 2010

O teto

No quarto, hoje, percebi o vazio que é olhar pro branco do teto. Esse vazio, com o tempo começou a se tornar alguma coisa que fazia algum sentido aqui dentro de mim, como se nele existissem todas as possibilidades possiveis.. alguma coisa!
A verdade é que não é exatamente o vazio do teto que me mostra isso tudo ou esse nada, é mesmo o vazio que existe em mim e que só com tantas coisas eu to conseguindo acesso.
Dai me apareceram as duvidas, devo ou nao.. esqueço ou penso.. um dia ou nunca mais?!
isso acaba interferindo nas formas de levar a vida, de sorrir ou chorar..
Com tanto vazio e com tanto tempo perdido olhando pra esse mesmo teto, me veio a imensa luz de querer algo realmente concreto como o teto, que mesmo vazio, é sólido e se sustenta.
Consegui, enfim, levantar e abrir a porta.. sai e decidi por algo concreto, a vida!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Outro dia

Outro dia por aqui, percebi que as coisas podem sim mudar de lugar e forma.. ao olhar sempre pra uma mesma coisa, esta pode se modificar e a gente percebe ela de outra maneira. ilusão!? talvez..
Ainda de portas e janelas fechadas, o quarto continua escuro. Cada dia com menos coisas, algumas já foram levadas e outras esquecidas, a mente age de forma intensa e faz a novidade permanecer. Mas ainda escuro.
Hoje me perguntei quando e como poderei ver a claridade dessas formas e coisas que moram aqui comigo, quando poderei ter clareza das ideias e sentimentos aqui de dentro. Me veio então, que eu preciso olhar pra fora e depois perceber o que há de tão fechado aqui. Preciso sair pra conhecer a claridade e pode colocar um pouco de luz no quarto?
A luz até aumentou, nao existe só mais a do computador.. tem mais um foco de luz que vem de uma brechinha ali da porta. Aumentou ou sempre esteve assim e só agora meus olhos podem ver? não sei.. so sei que hoje é outro dia.. e dizem que cada dia será mais tranquilo do que o outro.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Quarto escuto

O dia amanheceu como todos os outros dias que já amanheceram, mas aqui dentro do quarto tudo tá cada vez mais diferente. Ele parece cada dia mais frio, as paredes não continuam mantendo contato, eu tenho encostar, mas parece que o calor do meu corpo esquenta muito a frieza das paredes. O quarto parece preferir o frio.
A claridade incomoda muito, melhor solução e tampar mesmo o sol com a peneira, cortina.
O sol não deixa de expandir sua claridade pro mundo, todos percebem e sentem a força dessa realidade tão clara, mas aqui dentro não, as cortinas estão impedindo isso.
No escuro, tudo se confunde e se esconde pra que eu não possa ter a certeza do que e de como as coisas devem seguir, não exatamente com essa intensão, mas com função de. É aqui que as lembranças conseguem chegar com mais pressa e intensidade, os barulhos externos são mesmo parte de um mundo paralelo e distante no momento. Refúgio, refugio.
Ainda que com cortinas, existe a claridade do computador sempre ligado. Deve ser esta que faz com que as coisas aqui dentro mudem tanto, é mais do que a simples janela coberta. E ainda existe a espera de mais uma claridade, essa não depende do quarto e nem de mim.. e é a mais esperada.
O quarto insiste em ficar escuro..